10 de novembro de 2011

Fito, à noite, um pequeno vaga-lume,
Que, bailando ao frescor da madrugada,
Como a luz que desponta na alvorada,
Cintila alegre no total negrume.

Embora eu saiba quão pequeno é o lume,
Fito em silêncio, e, sem dizer-lhe nada,
Ali, na placidez desesperada,
Paro e medito à luz que se resume:

“Se tão pequeno inseto, calmamente,
Na noite escura e tenebrosa, trilha
Um caminho de luz fosforescente,

Eu, humilde, ao ver esta maravilha,
Não consigo entender por que, descrente,
A luz da humanidade inda não brilha!?”


Carlos Eduardo Drummond

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